Como optar pelo Simples Nacional em 2025? Essa é uma questão que intriga diversos empreendedores brasileiros, especialmente aqueles que desejam aproveitar as vantagens de uma carga tributária simplificada e de obrigações acessórias menos complexas.
Com a chegada de um novo ano, surge a oportunidade de rever o enquadramento tributário e tomar decisões estratégicas para a continuidade dos negócios.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é o Simples Nacional, quais são os critérios e prazos para optar pelo Simples Nacional, como se preparar para o processo em 2025 e quais cuidados adotar para assegurar a regularidade fiscal da sua empresa.
O que é o Simples Nacional?
O Simples Nacional é um regime tributário criado para unificar e simplificar o recolhimento de impostos das micro e pequenas empresas.
Ele foi estabelecido pela Lei Complementar nº 123/2006, com o propósito de reduzir a burocracia e a carga tributária, incentivando o desenvolvimento de pequenos negócios no Brasil.
Ao optar pelo Simples Nacional, a empresa recolhe em uma única guia mensal (DAS – Documento de Arrecadação do Simples) diversos tributos federais, estaduais e municipais, como IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI, ICMS, ISS e CPP.
Esse regime oferece faixas de alíquota específicas, de acordo com o faturamento e a atividade exercida, divididas em anexos que definem o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta.
Essa unificação de tributos e a facilidade de apuração costumam resultar em menos burocracia e, em muitos casos, menor carga tributária, tornando o Simples Nacional uma opção bastante atrativa para empresas de menor porte.
Conheça os anexos do Simples Nacional
Os anexos do Simples Nacional são distribuídos por tipo de atividade, e utilizados para fins de cálculo e apuração dos impostos devidos pelas empresas optantes pelo regime. Veja como funciona:
Anexo I – Comércio
Faixa | Receita em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
1ª | Até 180.000,00 | 4,00% | – |
2ª | De 180.000,01 a 360.000,00 | 7,30% | R$ 5.940,00 |
3ª | De 360.000,01 a 720.000,00 | 9,50% | R$ 13.860,00 |
4ª | De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 10,70% | R$ 22.500,00 |
5ª | De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 14,30% | R$ 87.300,00 |
6ª | De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 19,00% | R$ 378.000,00 |
Anexo II – Indústria
Faixa | Receita em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
1ª | Até 180.000,00 | 4,50% | – |
2ª | De 180.000,01 a 360.000,00 | 7,80% | R$ 5.940,00 |
3ª | De 360.000,01 a 720.000,00 | 10,00% | R$ 13.860,00 |
4ª | De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 11,20% | R$ 22.500,00 |
5ª | De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 14,70% | R$ 85.500,00 |
6ª | De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 30,00% | R$ 720.000,00 |
Anexo III – Serviços
Faixa | Receita em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
1ª | Até 180.000,00 | 6,00% | — |
2ª | De 180.000,01 a 360.000,00 | 11,20% | R$ 9.360,00 |
3ª | De 360.000,01 a 720.000,00 | 13,20% | R$ 17.640,00 |
4ª | De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 16,00% | R$ 35.640,00 |
5ª | De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 21,00% | R$ 125.640,00 |
6ª | De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 33,00% | R$ 648.000,00 |
Anexo IV – Serviços
Faixa | Receita em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
1ª | Até 180.000,00 | 4,50% | – |
2ª | De 180.000,01 a 360.000,00 | 9,00% | R$ 8.100,00 |
3ª | De 360.000,01 a 720.000,00 | 10,20% | R$ 12.420,00 |
4ª | De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 14,00% | R$ 39.780,00 |
5ª | De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 22,00% | R$ 183.780,00 |
6ª | De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 33,00% | R$ 828.000,00 |
Anexo V – Serviços
Faixa | Receita em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
1ª | Até 180.000,00 | 15,50% | — |
2ª | De 180.000,01 a 360.000,00 | 18,00% | R$ 4.500,00 |
3ª | De 360.000,01 a 720.000,00 | 19,50% | R$ 9.900,00 |
4ª | De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 20,50% | R$ 17.100,00 |
5ª | De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 23,00% | R$ 62.100,00 |
6ª | De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 30,50% | R$ 540.000,00 |
Vale destacar que ao considerar a parcela de valores a deduzir, a maior alíquota do Simples Nacional fica em 19,50%.
Como calcular o Simples Nacional 2025?
Para calcular o Simples Nacional 2025 e descobrir o valor a pagar, precisamos ter em mãos algumas informações, incluindo o tipo de anexo da empresa e o seu faturamento.
Com base nessas informações, podemos determinar a alíquota efetiva de contribuição e o valor do Simples Nacional.
Veja como funciona o cálculo do Simples Nacional por meio do exemplo abaixo:
- Tipo do Anexo: III
- Faturamento últimos 12 meses: R$ 200.000,00
- Faturamento no mês atual: R$ 20.000,00
- Alíquota do Simples Nacional: 11,20%
- Parcela a deduzir: R$ 9.360,00
Com base nessas informações, vamos encontrar a alíquota efetiva do Simples Nacional, utilizando a fórmula do exemplo abaixo:
[(RBT12 x ALIQ) – PD] / RBT12
Confira o cálculo:
[(R$ 200.000,00 x 11,20%) – R$ 9.360,00] / R$ 200.000,00
(R$ 22.400,00 – R$ 9.360,00) / R$ 200.000,00
R$ 13.040/ R$ 200.000,00
Alíquota Efetiva: 6,52%
Neste caso, a alíquota Simples Nacional efetiva foi de 6,52%, agora basta aplicarmos essa alíquota sobre o faturamento do mês atual, veja:Valor do Simples Nacional: R$ 20.000,00 x 6,52% = R$ 1.304,00
Principais vantagens de optar pelo Simples Nacional
Confira as principais vantagens que você pode encontrar ao optar pelo Simples Nacional:
Unificação de impostos: Em vez de emitir guias separadas para IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ICMS, ISS e CPP, a empresa gera apenas uma guia mensal.
Cálculo simplificado: Por meio dos anexos do Simples, é possível descobrir facilmente a alíquota efetiva a aplicar, de acordo com o faturamento acumulado nos últimos 12 meses.
Possibilidade de redução de carga tributária: Em muitos casos, o Simples Nacional resulta em economia frente a outros regimes, como Lucro Presumido ou Lucro Real, principalmente para empresas com menor faturamento.
Menos obrigações acessórias: Embora haja declarações como a DEFIS e a necessidade de enviar documentos, o Simples ainda é, em geral, menos complexo que os outros regimes tributários para micro e pequenas empresas.
Inclusão em políticas de incentivo: A formalização dentro do Simples permite acesso a linhas de crédito, condições especiais para licitações e melhores negociações com fornecedores e instituições financeiras.
Critérios para optar pelo Simples Nacional em 2025
Para que uma empresa possa optar pelo Simples Nacional em 2025, ela deve atender a alguns requisitos gerais:
Atividade permitida: Nem todas as atividades podem ser enquadradas no Simples. A legislação lista segmentos não autorizados, como instituições financeiras, por exemplo.
Limite de faturamento: O teto anual de receita bruta para ser ME (Microempresa) é de até R$ 360 mil, e para EPP (Empresa de Pequeno Porte) é de até R$ 4,8 milhões. Caso a empresa ultrapasse esse limite, não poderá permanecer ou aderir ao Simples.
Ausência de débitos tributários: É essencial que a empresa esteja em dia com suas obrigações fiscais, sem débitos com a União, estados e municípios. Em algumas situações, é possível parcelar débitos para regularizar a condição antes de optar pelo regime.
Conformidade com legislações específicas: É preciso verificar se não há vedações na composição societária ou na natureza jurídica (por exemplo, empresas com sócios no exterior podem sofrer restrições).
Como preparar sua empresa para 2025
Como o processo de optar pelo Simples Nacional ocorre no início do ano (em janeiro), é fundamental se planejar antecipadamente.
Confira algumas etapas para se preparar:
Verifique o faturamento previsto: Avalie se a sua receita bruta de 2024 respeitará o limite de R$ 4,8 milhões.
Regularize débitos: Se houver pendências fiscais ou previdenciárias, tente negociá-las ou parcelá-las antes do prazo de adesão ao Simples. A Receita Federal pode negar o pedido caso encontre débitos.
Análise de atividades: Confirme se a atividade da empresa está autorizada no Simples. Algumas profissões regulamentadas, ou atividades consideradas de alto risco, podem ser impedidas de aderir ao regime.
Documentação em ordem: Mantenha a contabilidade atualizada e as declarações em dia para evitar problemas na hora de fazer a solicitação.
Planejamento tributário: Mesmo que você atenda aos requisitos do Simples, vale comparar cenários para ter certeza de que essa é a melhor opção fiscal.
Regimes como Lucro Presumido ou Lucro Real podem, em certos casos, ser mais vantajosos, dependendo do tipo de negócio e das margens de lucro.
Passo a passo para optar pelo Simples Nacional
Embora a Receita Federal possa ajustar detalhes a cada ano, o processo de adesão costuma ser similar:
1.Período de adesão: Normalmente, ocorre ao longo de janeiro, até o último dia útil do mês, para que o enquadramento seja válido no ano-calendário em curso.
2.Acesso ao portal: A solicitação é feita no Portal do Simples Nacional ou via e-CAC.
3.Consulta de pendências: O próprio sistema verifica se há débitos ou irregularidades cadastrais que impeçam a adesão. Caso existam, você tem prazo para resolver.
4.Confirmação do enquadramento: Se tudo estiver em ordem, o sistema confirma a opção, e a empresa passa a recolher impostos pelo DAS a partir de fevereiro, com a competência de janeiro.
Cuidados ao longo do ano para se manter no Simples
Depois de optar pelo Simples Nacional em 2025, é fundamental manter certas rotinas para não perder o direito ao regime:
Acompanhamento do faturamento: Se você exceder o limite de R$ 4,8 milhões (EPP), perderá o enquadramento no decorrer do ano ou no exercício seguinte, dependendo do montante excedido.
Cumprimento de obrigações acessórias: A principal delas é a DEFIS (Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais), entregue anualmente, onde a empresa informa dados de faturamento, atividades e despesas.
Pagamento pontual do DAS: O atraso pode gerar multas e juros, além de arriscar a exclusão do Simples se as pendências persistirem.
Revisão periódica da atividade: Se você incluir uma nova atividade vedada ou passar a exercer algo que impeça a permanência no regime, será necessário desenquadrar-se.
Planejamento e consultoria: por que buscar ajuda especializada?
A legislação brasileira passa por mudanças constantes, e o Simples Nacional não é exceção. Entrar em 2025 sem um bom planejamento tributário pode levar a decisões precipitadas e onerosas.
Nesse contexto, o apoio de um contador ou de uma contabilidade especializada faz toda a diferença para:
- Mapear corretamente as atividades e o enquadramento fiscal mais vantajoso.
- Evitar surpresas quanto a débitos ou atividades que impeçam a opção pelo Simples.
- Orientar sobre o pagamento de impostos e obrigações acessórias mensais.
- Auxiliar em projeções de faturamento, identificando se o regime continua vantajoso ao longo do tempo.
Com esse respaldo, a empresa pode focar em suas operações principais, tendo a tranquilidade de que a parte fiscal está sob controle.
Quais as consequências de não optar pelo Simples Nacional quando se tem direito?
Se a sua empresa se enquadra nos requisitos e você, por algum motivo, não faz a opção em janeiro, terá de aguardar o próximo ano para tentar novamente. Isso pode levar a:
Custos maiores: Você acabaria sujeito ao regime de Lucro Presumido ou Lucro Real, que podem ser mais caros e mais burocráticos.
Perda de competitividade: Muitas vezes, a carga tributária menor do Simples é um diferencial de preço no mercado. Se a concorrência faz parte do Simples, ela pode oferecer produtos ou serviços a custos reduzidos.
Dificuldades no controle tributário: Outros regimes costumam exigir mais declarações e maior complexidade na apuração de impostos.
O que esperar para 2025?
Para 2025, não se espera uma mudança radical nas regras essenciais do Simples Nacional. Porém, sempre existem atualizações legislativas, ajustes de faixa ou eventuais aumentos de limites de faturamento.
Ficar atento às notícias sobre reforma tributária também é importante, pois qualquer alteração maior no sistema de impostos brasileiro pode impactar as empresas enquadradas no Simples.
Não tenha dúvidas, contar com o apoio de uma boa contabilidade e procurar planejar-se com antecedência é a melhor forma de evitar contratempos.
Conclusão
Para optar pelo Simples Nacional em 2025, é imprescindível conhecer os critérios de enquadramento, manter as obrigações fiscais em dia e planejar o faturamento para não estourar os limites permitidos.
O processo de adesão costuma ocorrer no início do ano, mas a preparação deve começar antes, regularizando pendências e verificando se a atividade da empresa está entre as permitidas.
A escolha do Simples Nacional pode representar uma economia expressiva de tempo e dinheiro, simplificando o recolhimento de tributos e aumentando a competitividade do negócio.
No entanto, é fundamental contar com um planejamento tributário bem estruturado e, preferencialmente, o apoio de profissionais contábeis capacitados para avaliar se o regime é, de fato, o mais adequado à realidade da sua empresa.
Em muitos casos, regimes como Lucro Presumido podem, surpreendentemente, ser mais vantajosos em termos financeiros, dependendo do tipo de atividade e da margem de lucro.
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