O excesso de faturamento do MEI é uma situação comum para muitos empreendedores, e um sinal, de que é preciso migrar para ME.
Quando isso ocorre, é obrigatório migrar para outra categoria empresarial, como a Microempresa (ME). Entender como migrar para ME é essencial para evitar problemas legais e tributários.
Neste artigo, você encontrará o conteúdo mais completo sobre o tema. Vamos abordar as regras de faturamento do MEI, o que fazer quando o limite é ultrapassado, o passo a passo para migrar para ME e as implicações tributárias e administrativas desse processo.
Leia até o final e descubra como a Contabiliza+ Contabilidade pode ajudá-lo nesse processo.
Índice
O que é o MEI e qual é o limite de faturamento?
O MEI (Microempreendedor Individual) foi criado para formalizar pequenos negócios e profissionais autônomos, oferecendo um regime simplificado de tributação. Ele é uma excelente opção para quem está começando no mundo empresarial. No entanto, o MEI possui algumas limitações, sendo a principal delas o limite de faturamento.
Limite de faturamento do MEI
- Valor anual permitido (2024): R$ 81.000,00, o que equivale a uma média de R$ 6.750,00 por mês.
- Prorata: Para quem abre o MEI durante o ano, o limite é proporcional aos meses de atividade.
Se o faturamento ultrapassar esse limite, o MEI deve migrar para outra categoria empresarial.
O que acontece se o MEI ultrapassar o limite de faturamento?
Ultrapassar o limite de faturamento do MEI tem consequências legais e tributárias, que variam conforme o montante excedido:
1.Excesso de faturamento de até 20% (até R$ 97.200)
- O MEI será desenquadrado a partir de 1º de janeiro do ano seguinte.
- Os tributos serão recalculados, mas ainda dentro das regras simplificadas.
2.Excesso de faturamento acima de 20% (mais de R$ 97.200)
- O desenquadramento será retroativo a 1º de janeiro do ano em que o excesso ocorreu.
- O empreendedor precisará recolher a diferença de impostos com base no Simples Nacional, considerando as alíquotas aplicáveis ao faturamento total.
Em ambos os casos, é obrigatório migrar para ME ou outra categoria que corresponda ao porte da empresa.
Como migrar para ME: passo a passo
A transição de MEI para ME envolve etapas administrativas e fiscais. Veja o guia completo:
1.Contrate um contador
A primeira etapa para saber como migrar para ME é contar com um contador especializado. Ele auxiliará em todas as etapas, desde o desenquadramento até a formalização da nova empresa.
2.Realize o desenquadramento do MEI
Acesse o Portal do Simples Nacional e faça a solicitação de desenquadramento do MEI. O processo é simples e requer o login com seu CPF e senha do Gov.br.
3.Registre a empresa como ME na Junta Comercial
Você precisará elaborar o Contrato Social ou o documento equivalente para formalizar a nova empresa. Esse registro é feito na Junta Comercial do estado onde a empresa está localizada.
Documentos necessários:
- RG e CPF do titular.
- Comprovante de endereço residencial e do local da empresa.
- Contrato Social ou documento de constituição.
4. Atualize o cadastro municipal e estadual
É necessário atualizar o registro na prefeitura e, se aplicável, na Secretaria da Fazenda do estado. Isso é importante para obter alvarás de funcionamento e regularizar tributos como ISS (Imposto Sobre Serviços) e ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
5.Escolha o regime tributário
Agora que a empresa é uma ME, é preciso optar pelo regime tributário mais adequado:
- Simples Nacional: Simplificado e com alíquotas menores.
- Lucro Presumido: Baseia-se em uma presunção de lucro e pode ser vantajoso para empresas com margens maiores.
- Lucro Real: Para empresas com margens reduzidas ou que possuem créditos fiscais.
O contador será essencial para ajudar a escolher a melhor opção.
6.Adapte sua operação
Com a mudança para ME, algumas obrigações acessórias mudam. A empresa passará a emitir notas fiscais com retenções específicas, além de cumprir obrigações como DCTF, SPED e outras declarações fiscais.
Migrar para ME: custos envolvidos na migração de MEI para ME
Migrar para ME pode envolver alguns custos administrativos e contábeis, incluindo:
- Taxas de registro na Junta Comercial.
- Custos com contador.
- Taxa de emissão de alvarás.
No entanto, esses valores são investimentos necessários para garantir a regularidade da empresa.
Quais são as obrigações da ME?
Ao saber como migrar para ME, é importante entender as novas obrigações que a empresa terá. Entre as principais estão:
- Emissão de notas fiscais: Todas as vendas e prestações de serviço devem ser documentadas.
- Cumprimento de obrigações acessórias: Inclui declarações como DAS, EFD, DCTF, entre outras.
- Pagamento de tributos no regime escolhido: Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real.
Riscos de não migrar para ME
Não cumprir as obrigações ao ultrapassar o limite de faturamento do MEI pode gerar problemas como:
- Multas tributárias: Pela omissão de declarações ou pagamento de impostos.
- Suspensão ou cancelamento do CNPJ: Empresas irregulares podem ter o registro suspenso pela Receita Federal.
- Impedimento de expansão: A falta de formalização impede que a empresa cresça e aproveite novos mercados.
Migrar para ME: benefícios de se formalizar como ME
Além de cumprir a obrigação legal, a formalização como ME traz uma série de vantagens para o empreendedor que deseja expandir suas operações. A seguir, listamos os principais benefícios de ser uma Microempresa:
1.Maior credibilidade no mercado
Ao se tornar uma ME, sua empresa passa a ser vista como mais sólida e confiável pelos clientes, fornecedores e instituições financeiras. Essa credibilidade facilita negociações e amplia as possibilidades de parcerias estratégicas.
2.Acesso a novos mercados
Microempresas podem participar de licitações públicas e privadas, algo que geralmente não é permitido para MEIs. Esse mercado é especialmente vantajoso para empresas que prestam serviços ou fornecem produtos para órgãos públicos.
3.Melhores condições de crédito
Como ME, sua empresa tem acesso a linhas de crédito específicas com taxas de juros mais baixas e prazos mais longos. Bancos e fintechs oferecem condições especiais para empresas formalizadas, especialmente para aquelas com bom histórico financeiro.
4.Expansão do limite de faturamento
Com o aumento do limite de faturamento para R$ 360 mil anuais, você pode atender mais clientes e aumentar sua receita sem se preocupar com restrições tributárias.
5.Possibilidade de contratar mais funcionários
Enquanto o MEI pode ter apenas um funcionário registrado, a ME pode contratar quantos forem necessários, respeitando as leis trabalhistas. Isso permite que o negócio cresça e se torne mais competitivo.
Planejamento tributário para a microempresa
Ao migrar para ME, o planejamento tributário é essencial para manter a saúde financeira do negócio e evitar pagamentos excessivos de impostos. Aqui estão algumas estratégias para otimizar a carga tributária:
1. Escolha do regime tributário
O primeiro passo é decidir entre Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. Cada um desses regimes oferece vantagens dependendo do perfil da empresa:
- Simples Nacional: Ideal para empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões e baixa complexidade fiscal.
- Lucro Presumido: Vantajoso para empresas com margens de lucro altas.
- Lucro Real: Indicado para empresas com margens de lucro reduzidas ou que possuem créditos fiscais.
2.Dedução de despesas
Como ME, você poderá deduzir despesas operacionais no cálculo do IRPJ e CSLL. Isso inclui custos como aluguel, salários, insumos e despesas com marketing.
3.Aproveitamento de incentivos fiscais
Muitas microempresas podem se beneficiar de incentivos fiscais estaduais e federais, como reduções de ICMS e isenção de ISS para determinados setores.
4.Controle rigoroso do fluxo de caixa
Um bom controle financeiro ajuda a projetar os valores de tributos a serem pagos, evitando surpresas e multas. Sistemas de gestão contábil podem ser uma ótima ferramenta nesse processo.
Migrar para ME: quando é vantajoso migrar para ME antes do limite de faturamento?
Embora muitos empreendedores esperem atingir o limite de faturamento do MEI para migrar, em alguns casos é vantajoso fazer a transição antes. Aqui estão alguns cenários em que antecipar a migração pode ser estratégico:
1. Projeção de crescimento
Se o seu negócio está em expansão e você prevê que o faturamento ultrapassará o limite do MEI nos próximos meses, pode ser mais prático migrar para ME desde já. Isso evita problemas com cálculos retroativos e multas.
2. Necessidade de contratar mais funcionários
Se o aumento da demanda exige a contratação de mais colaboradores, a migração para ME é essencial. Como MEI, você só pode registrar um funcionário, enquanto a ME não possui esse limite.
3. Participação em licitações
Se sua empresa deseja competir em licitações públicas, a formalização como ME é indispensável. Órgãos públicos geralmente exigem que os participantes estejam registrados como microempresas ou empresas de pequeno porte.
4. Acesso a crédito e financiamento
Empresas formalizadas como ME possuem mais opções de crédito, com condições melhores em bancos e instituições financeiras. Isso pode ser útil para investir em equipamentos, estoque ou marketing.
Impacto do excesso de faturamento no cálculo de impostos retroativos
Quando o MEI ultrapassa o limite de faturamento, especialmente acima dos 20% permitidos, a Receita Federal exige o pagamento de impostos retroativos. Isso significa que o empreendedor será tributado como uma empresa do Simples Nacional desde o início do ano-calendário em que o excesso ocorreu.
Migra para ME: como funciona o cálculo retroativo?
Identificação do faturamento total: O empreendedor deve informar todo o faturamento acumulado no ano, incluindo o valor excedente.
Recalculo de impostos: Com base no faturamento total, a Receita recalcula os tributos devidos, aplicando as alíquotas do Simples Nacional.
Pagamento da diferença: O MEI precisa pagar a diferença entre os valores já recolhidos como MEI e os valores efetivamente devidos como uma microempresa.
Exemplo prático:
Faturamento anual: R$ 110.000 (excesso de 36%).
Impostos pagos como MEI: R$ 720 (aproximadamente R$ 60/mês).
Impostos recalculados no Simples Nacional: R$ 6.600 (alíquota média de 6%).
Diferença a pagar: R$ 5.880.
Nesse caso, é fundamental realizar um planejamento tributário para lidar com a transição de forma mais estratégica e evitar impactos financeiros significativos.
Erros comuns ao migrar de MEI para ME e como evitá-los
A transição de MEI para ME é um processo que requer atenção aos detalhes. Muitos empreendedores cometem erros que podem gerar multas ou problemas com o CNPJ. Veja os erros mais frequentes e como evitá-los:
1.Não realizar o desenquadramento no prazo
Ao ultrapassar o limite de faturamento, o MEI tem prazos específicos para solicitar o desenquadramento. Ignorar essa etapa pode resultar em autuações fiscais.
Como evitar: Solicite o desenquadramento assim que perceber que o faturamento ultrapassará o limite.
2.Escolher o regime tributário errado
Optar por um regime inadequado pode aumentar a carga tributária, reduzindo a lucratividade da empresa.
Como evitar: Consulte um contador para avaliar o perfil financeiro do negócio e escolher entre Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real.
3.Falta de registro na Junta Comercial
Muitos empreendedores esquecem que, ao migrar para ME, é obrigatório registrar a nova empresa na Junta Comercial.
Como evitar: Certifique-se de realizar todas as etapas de registro, desde o contrato social até a emissão do CNPJ.
4.Atraso no cumprimento de obrigações acessórias
Como ME, as obrigações fiscais e contábeis aumentam significativamente. Não cumprir essas exigências pode levar a multas.
Como evitar: Utilize sistemas de gestão ou conte com um contador para acompanhar as obrigações regularmente.
Diferenças entre MEI e ME: o que muda na prática?
Ao migrar de MEI para ME, o empreendedor precisa se adaptar a uma série de mudanças operacionais, tributárias e administrativas. Confira as principais diferenças:
Aspecto | MEI | ME |
Faturamento anual | Até R$ 81.000 | Até R$ 360.000 |
Funcionários | 1 empregado | Sem limite, conforme CLT |
Tributação | DAS fixo (alíquota única) | Alíquotas variáveis |
Obrigações acessórias | Declaração Anual do MEI (DASN-SIMEI) | ECF, DCTF, SPED, entre outras |
Emissão de notas fiscais | Opcional (para PF) | Obrigatória para todas as vendas |
Como a Contabiliza+ Contabilidade pode auxiliar no processo?
A migração de MEI para ME é uma etapa importante para o crescimento do seu negócio, mas também pode ser complexa sem o suporte adequado. A Contabiliza+ Contabilidade oferece serviços especializados para facilitar essa transição, incluindo:
- Consultoria personalizada: Avaliamos o perfil da sua empresa e orientamos sobre o melhor regime tributário.
- Regularização fiscal: Cuidamos de todo o processo de desenquadramento e registro da nova empresa.
- Planejamento financeiro e tributário: Identificamos estratégias para minimizar a carga tributária e maximizar a lucratividade.
- Gestão contábil contínua: Oferecemos suporte completo para manter sua empresa regularizada após a migração.
Entre em contato conosco e descubra como podemos ajudar sua empresa a crescer de forma segura e sustentável. Conte com a expertise da Contabiliza+ para transformar essa mudança em uma oportunidade de expansão e sucesso!
2 Comments
Bom dia, Gostaria de saber se o micro empresarial individual Quando da sua movimentação bancária o mesmo tiver um valor aproximadamente de R$40.000 ele emite nota fiscal de 30.000 pessoas jurídicas, os alunos que não foram emitidos como nota fiscais, vão ser considerado como faturamento
Se essa diferença na movimentação bancária for realmente de recebimentos que vc teve, ou seja, não tiver outra justificativa sobre a origem desse recurso, será considerado também como faturamento do MEI.